o que é a teleterapia?

O que é a Terapia Online?
Vítor Bertocchini

Vítor Bertocchini – Psicólogo, PhD.

O mundo digital, e a Internet em particular, têm tido um impacto significativo em quase todos os aspectos das nossas vidas. A Psicoterapia é uma área onde a influência da internet está a crescer rapidamente.






Introdução: E-terapia – devemos ir por aí?

A Internet criou uma alternativa aos serviços psicoterapêuticos oferecidos pessoalmente (presencialmente) por profissionais de saúde mental. Na verdade, muitos psicoterapeutas têm aproveitado as oportunidades oferecidas pela Internet, levando assim a mudanças no mundo psicoterapêutico (Litowitz, 2012). A China, por exemplo, tem vindo a aplicar a abordagem psicanalítica no formato online e até mesmo a formar via Skype (Fishkin, Fishkin, Leli, Katz, & Snyder, 2011).

A teleterapia ou E-terapia pode ser definida de várias formas (Barak, Proudfoot, & Klein, 2009). Uma das definições mais abrangentes é aquela onde: “um profissional de saúde mental licenciado e credenciado, presta serviços de saúde mental via e-mail, videoconferência, tecnologia de realidade virtual, chat ou qualquer combinação destas opções” (Manhal-Baugus, 2001). Os serviços de saúde mental realizados digitalmente têm sido descritos como terapia baseada na web, e-terapia, ciberterapia, terapia por e-mail, intervenções eletrónicas, intervenções mediadas por computador, terapia / aconselhamento online, terapia baseada na Internet e uma combinação destes termos.
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Os serviços de saúde mental realizados digitalmente têm sido descritos como terapia baseada na web, e-terapia, ciberterapia, terapia por e-mail, intervenções eletrónicas, intervenções mediadas por computador, terapia / aconselhamento online, terapia baseada na Internet e uma combinação destes termos.





Próximos Encontros


Uma questão essencial é se a teleterapia é eficaz e aceitável para quem a utiliza.


Os estudos, em geral, indicam que a teleterapia é uma opção de tratamento viável. Apresenta uma boa satisfação por parte do utilizador (Campos et al., 2018; Holmqvist, Vincent, & Walsh, 2014), tem sido usada com diversas populações e com diferentes vulnerabilidades (Alavi, Hirii, Sutton, & Naeem, 2016; Paris et al., 2018; Slone, Reese, & McClellan, 2012) e tem sido concluído que tem resultados semelhantes aos da psicoterapia face a face tradicional (Hilty, Ferrer, Parish, Johnston, Callahan, & Yellowlees, 2013).

Benefícios


Além de ser uma modalidade eficaz, a terapia online ou teleterapia oferece vários benefícios. Os pacientes notam maior conveniência e flexibilidade no agendamento das suas sessões, porque não precisam levar em consideração o tempo de viagem e local para estacionamento. Eles podem permanecer na sua zona de conforto, não precisam preocupar-se em encontrar outras pessoas ao entrar ou sair do consultório e podem realizar as atividades propostas no seu próprio ambiente real. Mais importante ainda, eles podem ter acesso aos cuidados de que precisam, independentemente da sua localização. Por meio da tecnologia, a teleterapia preenche essa lacuna, oferecendo esse cuidado vital para aqueles que dele necessitam. Assim, pode ser afirmado que a teleterapia é, claramente, um modo de tratamento eficaz para muitas das condições de saúde mental mais comuns. Ela tem o potencial para melhorar a saúde mental de um maior número de pessoas, devido as benefícios que apresenta.

Bibliografia


  • Alavi, N., Hirji, A., Sutton, C., & Naeem, F. (2016). Online CBT is effective in overcoming cultural and language barriers in patients with depression. Journal of Psychiatric Practice, 22, 2– 8.
  • Barak, A., Proudfoot, J. G., & Klein, B. (2009). Defining internet-supported therapeutic interventions. Annals of Behavioral Medicine, 38, 4–17.
  • Campos, D., Mira, A., Breton-Lopez, J., Castilla, D., Botella, C., Banos, R. M. et al. (2018). The acceptability of an Internet-based exposure treatment for flying phobia with and without therapist guidance: Patients’ expectations, satisfaction, treatment preferences, and usability. Neuropsychiatric Disease and Treatment, 14, 879– 892.
  • Fishkin, R., Fishkin, L., Leli, U., Katz, B., & Snyder, E. (2011). Psychodynamic treatment, training, and supervision using internet-based technologies. Journal of the American Academy of Psychoanalysis and Dynamic Psychiatry, 39(1),155–168.
  • Hilty, D. M., Ferrer, D. C., Parish, M. B., Johnston, B., Callahan, E. J., & Yellowlees, P. M. (2013). The effectiveness of telemental health: a 2013 review. Telemedicine Journal and E-health, 19(6), 444– 454. Holmqvist, M., Vincent, N., & Walsh, K. (2014). Web- vs telehealth-based delivery of cognitive behavioral therapy for insomnia: A randomized controlled trial. Sleep Medicine, 15, 187– 195.
  • Litowitz, B. E. (2012). Psychoanalysis and the internet: Postscript. Psychoanalytic Inquiry, 32(5), 506–512.
  • Manhal-Baugus (2001). E-therapy: Practical, ethical and legal issues. Cyberpsychology and Behavior, 4(5), 551–563.
  • Paris, M., Silva, M., Añez-Nava, L., Jaramillo, Y., Kiluk, B. D., Gordon, M. A. et al. (2018). Culturally adapted, web-based cognitive behavioral therapy for Spanish-speaking individuals with substance use disorders: A randomized clinical trial. American Journal of Public Health, 108(11), 1535– 1542.
  • Slone, N. C., Reese, R. J., & McClellan, M. J. (2012). Telepsychology outcome research with children and adolescents: A review of the literature. Psychological Services, 9(3), 272– 292.












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